domingo, 24 de outubro de 2010

8º Dia (16/08/10) - Ilhas Flutuantes de Uros e Ilha Taquile

Uros e Taquile

As Ilhas Flutuantes de Uros têm sua base feita com a totora: uma planta aquática que atinge 5 metros de altura, existe no Titicaca e é utilizada como comida, construção de casas, móveis e também para transporte. Camadas de totora são sobrepostas e foram um 'chão' bastante consistente.Com o passar do tempo a totora da parte de baixo dessa base começa a desgastar e eles vão colocando uma nova camada seca de totora por cima. As casas dos moradores das ilhas também são feitas com o mesmo material.

Já a Ilha Taquile resguarda os costumes da comunidade há muitas gerações. Os taquileños são ótimos tecelões. Homens e mulheres ficam tecendo sem parar. Taquile e sua arte têxtil são Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO. A vestimenta traz uma série de informações sobre a pessoa que a está usando e que são imediatamente compreendidas pelos habitantes locais, que 'leem' cada detalhe. Em Taquile antes do casamento, o casal deve passar por um 'período de adaptação', morando juntos para saber se realmente querem se casar, porque depois de concretizado o matrimônio é 'para sempre'. Entretanto durante esse período de avaliação o casal não pode ter filhos...

Após um café 'the flash', deixamos as mochilas no depósito do hostal e o guia já nos pegou pro passeio das ilhas de Uros e Taquile. Na baía muitos barcos e mais ainda turistas buscam seus respectivos guias pro passeio.

Fomos com um guia excelente e a primeira parada foi nas Ilhas Flutuantes de Uros depois de 30min de navegação. As ilhas são muito interessantes e o sistema de construção é no mínimo muito engenhoso.


Há várias ilhas por lá e cada barco pára em uma. Os habitantes da ilha já ficam esperando os turistas, prontinhos pra atender todo mundo, vender artesanatos e tirar fotos (cobrando uma 'propina', claro). As ilhas flutuantes são realmente muito impressionantes, você sente que não está em chão firme, percebe um mísero balanço, mas absolutamente nada muito perceptível. A explicação sobre o modo de vida daquela comunidade é extremamente didática com direito a maquete e tudo.


Apesar de muito bonitas e interessantes, fica claro que as ilhas estão bem 'turistificadas', dependentes da atividade turística e os costumes e tradições passaram a ser 'apresentações' dos hábitos locais, uma espécie de show pra turista ver. Há uma parte daquela comunidade que não tolera a visitação turística e por isso eles vivem em outro lugar, mais afastado.


Ainda assim o lugar vale muito a pena ser visitado. A estrutura da ilha é bastante interessante e cada ilha possui uma decoração própria.


Depois seguimos para a Ilha Taquile (essa é de terra mesmo), o passeio é demorado: são 2h30min pra chegar até lá. Em Taquile uma subida um pouco cansativa até a praça principal. Nada muito diferente. Subimos até o alto da montanha, no restaurante mais alto para comer uma truta que não estava lá essas coisas. Foi feita uma explicação muito bacana sobre as vestimentas usadas pelos habitantes da ilha (roupas, panos, toucas, pompons das toucas, faixas atravessadas nos ombros, cintas). Cada cor e cada elemento representam diversas informações sobre o estado civil, sexo, número de filhos, nível social, luto... uma espécie de código.

Um chá de folha de coca, uma apreciada na paisagem e descemos os mais de 500 degraus para percorrer mais 2h50min de volta à Puno.


Quer uma dica? Vou escrever exatamente como coloquei no diário: "Se você ficar só na região e tiver tempo disponível ou adorar andar de barco, então faça Taquile. Caso contrário, vá para Uros que já está de bom tamanho".

No retorno ao hostal Dom Tito II pegamos as mochilas no depósito e negociamos um banho: pagamos 12 soles e tomamos um merecido banho (rápido) antes de mais uma noite de viagem. Atenção ao usar água aquecida a gás, o primo tomou banho frio porque a água não esquentava de jeito nenhum... o registro da água quente estava invertido, era do lado direito em um quarto e do lado esquerdo em outro quarto! rsrs.

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