domingo, 24 de outubro de 2010

26º Dia (03/09/10) - Maras e Moray

Salineiras Maras e Sítio Arqueológico Moray

Em Maras, um pequeno povoado à oeste de Cusco, há as Salineiras ou Minas de Sal. São 3.000 lagoas com produção de 200 quilos cada uma, o que perfaz um total de 6 toneladas/mês de sal. O processo para retirada do sal é relativamente simples: as lagoas são abastecidas de água salgada que vêm de uma nascente próxima e quando a água da lagoa evapora fica somente o sal, que é batido, fica granulado, é ensacado e vendido. Lembrando que esse sal é in natura, e posteriormente será acrescentado iodo (sal iodado é o que consumimos) para evitar o bócio - que é o aumento do volume da tireóide. Nessas salineiras há mais de 300 famílias trabalhando.

Moray é um atrativo interessantíssimo: um antigo centro experimental agrícola, onde foram construídos gigantescos círculos em diferentes níveis (andares), sendo que cada nível possui um microclima diferente, chegando a uma diferença de temperatura de 10ºC entre o primeiro e o último nível. Esses terraços permitiram avaliar qual a melhor altitude, incidência de sol e temperatura para cada cultura, e, assim, melhorou-se o cultivo e tiveram origem diversas outras espécies de batatas e raízes.

Na saída para o passeio rolou um stress: a agência havia vendido mais passeios do que a van comportava. Resultado: 50 minutos de atraso. Conhecemos dois brasileiros a bordo: Juliano e William, ambos de SP.

A primeira parada foi em Maras, a impressionante salineira. O guia muito atencioso explicou detalhadamente o funcionamento do local (aquelas informações que coloquei lá em cima). Engraçado a água ser tão salgada num lugar tão distante do mar... mas é assim, brota salgadíssima da terra. E se quiser testar é só colocar a mão na água de alguma lagoa, ao secar a mão fica branquinha de tanto sal. Muito show.


Por lá também aproveitei para registrar a incrível variedade de milhos! Tem pra todos os gostos: preto, amarelo, vermelho, marrom, roxo, laranjado, grandão, pequenininho... Muito interessante.


Também é possível visualizar os picos nevados "La Verónica" (5.682 metros acima do nível do mar) e o "Chikón" (5.530 m.a.n.m), cartões postais logo ali.


Em Morai - o centro experimental agrícola, antes de enxergarmos qualquer coisa, o guia nos pediu que fechássemos os olhos e caminhássemos até o mirante. Ao abrir a imagem fica na memória: aqueles círculos enormes perfeitamente construídos. Entre os níveis há uma diferença de 2 metros de altura. O sistema para adequação de culturas é realmente muito inteligente. Descemos com o grupo alguns níveis e depois corremos até o nível mais baixo para ver lá do fundo essa fabulosa construção.



No retorno fizemos uma parada em Chinchero para ver pratarias e às 15h estávamos de volta em Cusco. Almoço no Ukumari - menú do dia. Fomos no Museu de História Natural onde há principalmente exemplares da fauna local. Um espaço relativamente pequeno e não imperdível: só se tiver tempo sobrando dá uma passadinha lá.


Passeamos pela cidade no resto da tarde e fomos até o bairro San Blás, onde há muitos artesãos expondo e vendendo suas obras, porém os preços dos artesanatos por lá estavam mais caros que nos outros lugares. Mas o bairro é bem legal de conhecer.


Fizemos o check-out do hostal e fomos jantar. Me rendi novamente ao Mc que fica na Praça de Armas. O detalhe interessante é que se você não passa em frente nem percebe que há um fast food lá, porque a decoração é completamente diferente do tradicional 'M' amarelo gigante que você enxerga há quilômetros de distância. Lá não. Toda a ambientação é adaptada à realidade local, cores suaves, nenhuma placa grande e dentro há esculturas remetendo à cultura inca, mapas e dicas incentivando as visitas na região. Muito bacana.

Aí vão algumas palavras pra aprender um pouco de quechua:
Sol = Inti
Lua = Quilla
Arco-íris = Turo Manya
Terra = Pacha
Cruz del Sur = Chakana
Montanha Sagrada = Apu
Porta = Punku
Água = Uno
Estrela grande e brilhante = Ch'ask Qoyllur

No embarque rumo à La Paz o bus cama que compramos estava bem longe de ser verdade: um bus semi cama (no máximo) e ainda descobrimos que os brasileiros da frente pagaram s/45 contra os s/80 que pagamos pelo mesmo bus. Frustrante. Então, muito cuidado ao comprar sua passagem. Pesquise, pechinche (sempre) e ainda assim (fizemos tudo isso) você pode se deparar com algo diferente do que contratou.

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