domingo, 24 de outubro de 2010

2º Dia (10/08/10) - Sta.Cruz de la Sierra - La Paz

Santa Cruz (só de passagem...) e La Paz

Santa Cruz é  a segunda maior cidade da Bolívia, com mais de 1,5 milhão de habitantes e é o coração financeiro do país. Uma cidade bem diferente das demais que conhecemos na Bolívia, o caos urbano não é tão grande (apesar do trânsito seguir os padrões bolivianos... uma loucura), você não encontra as famosas cholas pela rua - é mais fácil encontrar gente engravatada... e o comércio informal tãããão comum em La Paz, bom, esse nós nem encontramos por lá.

La Paz... ahhh La Paz... muitos brasileiros (e outros turistas) que encontramos por lá não gostaram da cidade. Eu?? A-M-E-I!!! Voltaria pra lá muitas outras vezes. Aliás quero voltar sim. A cidade é um show a céu aberto da cultura boliviana. Muito além do que eu poderia imaginar. A capital do país guarda uma riqueza inestimável: seu povo. Com fortes raízes indígenas, a população simples de La Paz impressiona pelo apego às tradições... e as 'cholitas' então, ah elas são composição obrigatória no cenário boliviano. As cholas são mulheres místicas, trabalhadoras e silenciosas que mantem vivas as vestimentas de seus antepassados: tranças nos cabelos, vestido de rendas com muitas camadas, chapeuzinho típico e um pano colorido nas costas com um nó amarrado no pescoço, geralmente carregando uma criança ou mantimentos. Mas deve ser esse grande contraste que faz as percepções serem tão diferentes: se uns amam a história, as montanhas nevadas, as belezas naturais e os hábitos desse povo, outros se incomodam com a pobreza, o comércio na rua, o trânsito caótico e a falta de higiene. Como diz o guia, assim é La Paz: sem meios termos.

Amanhecemos com um bom (dentro do possível) café da manhã servido no Trem da Morte. A chegada em Santa Cruz de la Sierra (9h) deu um frio na barriga. Tinhamos um roteiro e um problema: o primeiro destino que seria Potosí estava em conflito, guerrilha e com tudo bloqueado - por reivindicações diversas os manifestantes fecharam toda a região: ninguém entra, ninguém sai. Inclusive turistas ficaram isolados por lá.


Bom, sem a menor perspectiva de liberação alteramos todo nosso roteiro e pegamos um taxi (bs.15) até a agência Panorâmica. Com receio de que não desse tempo de fazer tudo que foi programado compramos uma passagem aérea (não prevista: bs.620) até La Paz para chegarmos ainda hoje na capital boliviana.

Como o voo só sairia à tarde, aproveitamos o tempo disponível para conhecer um pouco da cidade que, aliás, não oferece muito aos visitantes. Fique por lá somente o tempo necessário. Fomos à Praça 24 de setembro, onde está Basílica, subimos no mirante, tiramos umas fotos, vimos umas revoadas dos pombos e pegamos o taxi rumo ao aeroporto de Viru Viru (bs.60).

 

Ah, ainda lá na cidade compramos as famosas Soroche Pills por bs.3 cada - são comprimidos para prevenir os problemas com a altitude. Na verdade os comprimidos são à base de Ácido Acetil Salicílico, o famoso AAS. Mas como a preocupação com os males da altitude eram grandes e não sabíamos como nosso organismo reagiria, tomamos um comprimido pra garantir.


O aeroporto oferece boas (e caras pros padrões bolivianos) opções de refeição, comi um super sanduíche aberto com batata frita e suco. O voo de uma hora para La Paz foi tranquilo e surpreendente, pra quem nunca tinha visto a Cordilheira dos Andes, vê-la do alto foi inesquecível.


Chegamos às 15h20min no aeroporto em El Alto - uma uma cidade de mais de 1.000.000 de habitantes no altiplano andino, colada em La Paz. De imediato a sensação: o ar estava um pouquinho menos respirável, mas absolutamente nenhuma dificuldade maior. El Alto é outra atração: a cidade é um caos, rs.

No caminho até o Hotel Condeza (indicado pelo taxista) a visão de La Paz me fez perder o fôlego: uma cidade enorme toda em tijolinhos marrons, num grande vale com montanhas nevadas ao fundo! Nossos suspiros fizeram o taxista parar para tirarmos fotos. Fiquei extasiada, achei o máximo aquele cenário.


O hostel Sagarnaga que queríamos ficar estava sem disponibilidade para o período que precisaríamos e além de tudo era mais caro que o Hotel Condeza. Optamos pelo Condeza (diagonal Juan XXIII, 190 - entre Illampu e Linares) e foi uma ótima escolha: bons quartos, banheiro privativo, ducha quentíssima com aquecimento à gás, TV a cabo, elevador e o recepcionista mais simpático de toda viagem...


Fomos comprar água, frutas e empanadas pra forrar o estômago. Como eu não tinha muita roupa 'técnica' de frio, fui na loja da Tatoo na calle (rua) Illampu e aproveitei a vantajosa diferença no câmbio pra comprar 2 blusas polares, uma luva decente e mais uma underwear (usei muito todas as aquisições durante a viagem). Um bom investimento.

À noite jantamos no Luna, na calle Sagarnaga. Um restaurante evidentemente pra turistas, então aproveitamos nossa condição (de turistas) e experimentamos os pratos locais. Pedi uma lasanha de lhama e meu primo foi de filé de lhama. Apesar de linda e cheirosa, a lasanha estava quase que insuportavelmente forte. O tempero era de arder a alma. Consegui comer metade, o resto ficou pra contar a história... hehe. Pra beber, um licuado (suco) de tumbo - excelente.

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