domingo, 24 de outubro de 2010

18º Dia (26/08/10) - Nazca

Linhas de Nazca, Cemitério de Chauchilla e Aquedutos

A cidade de Nazca é mais ou menos assim: pequena, empoeirada e quente, com um sol bem forte. Mas as atrações das redondezas são ótimas, não deixe de conhecer. As Linhas de Nazca são o principal atrativo, uma riqueza arqueológica tão intrigante quanto deslumbrante. São vários desenhos e formas geométricas que só é possível visualizar sobrevoando a área. Há formas como o macaco, beija-flor, aranha entre outros. Isso tudo intriga pesquisadores até hoje. Há um grande mistério envolvendo as Linhas de Nazca, como fizeram figuras tão simétricas, por quê, por quem? Diversas teorias tentam explicar os desenhos gigantes, mas tudo ainda envolve muito suspense e até conspirações de que seria um campo de pouso extraterrestre (dãf).

O cemitério de Chauchilla guarda diversos esqueletos, ossos e crâneos humanos numa verdadeira demonstração ao vivo dos enterramentos realizados pela cultura Nazca. Em função do clima extremamente seco, os corpos e suas oferendas se mantiveram intactos até anos atrás, quando toda a área foi saqueada pelos huaqueros, que destruíram quase tudo na busca por objetos de valor (cerâmicas, tecidos, objetos de ouro, prata etc…) e deixaram corpos espalhados por todo lugar. Ainda assim o atrativo possui muitas múmias por lá e é possível chegar bem perto dos enterramentos.

Os Aquedutos revelam as avançadas técnicas de engenharia hidráulica que a cultura Nazca possuía. São grandes sistemas subterrâneos de irrigação que ainda estão em funcionamento, trazendo água das montanhas para os campos de cultivo. Há ao longo do aqueduto as ventanas que são aberturas no solo em formato espiral por onde é possível ver a água passando no canal subterrâneo. Tendo resistido a terremotos e ao tempo, os aquedutos são um excelente atrativo para se curvar diante da inteligência dessa cultura.

Acordei bem! Sem tosse, com garganta melhor. Ufa. Depois de um serviço de bordo (Cruz del Sur) primoroso e surpreendente com lanche de janta, travesseiro, cobertor, poltronas excelentes, vídeo explicativo (igual o do avião), solicitação para uso do cinto de segurança e tudo mais, fiquei melhor... Inovador.
A agência onde contratamos os passeios mandou o Luiz para nos esperar na garagem do ônibus. Já compramos as passagens para Cuzco e a boa novidade é que meu cartão voltou a funcionar. Ueba.

Fomos até a agência Paracas e então até o aeroporto para fazer o sobrevoo nas Linhas de Nazca. UM SHOW. Fomos com mais duas jovens argentinas no avião(zinho). Acatamos as recomendações que lemos e não comemos absolutamente nada pela manhã pra não correr o risco de passar mal durante o voo. O início foi tranquilo, só no final do passeio é que fiquei um pouco enjoada porque o avião fica o tempo todo virando de um lado pro outro pra todos visualizarem as linhas. A ansiedade no começo para saber se conseguiríamos ver os desenhos era grande e logo nos deparamos com os primeiros desenhos. Dava pra ver certinho. Muito legal e aproveitamos pra tirar um monte de fotos. O passeio é rápido (durou cerca de 30 minutos), mas muito bacana, eu adorei, era uma vontade enorme ver aquelas linhas.


No cemitério de Chauchilla há diversos pontos de observação dos materiais lá expostos. Você caminha pelo lugar que antigamente era um cemitério e percebe ainda hoje alguns desníveis na areia onde eram exatamente os locais de enterramento da comunidade. Realmente impressionante é se deparar com ossos, roupas e cordões de + de 1.300 anos soltos e jogados pelo lugar. Como o lugar foi saqueado por muitos e muitos anos, você ainda encontra esses materiais de profunda riqueza arqueológica espalhados por lá e pode até (mas não faça) levar pedaços de cerâmica, ossos e outras peças embora, porque não há absolutamente nenhum controle em relação a isso. Pode?


No almoço optamos pelo restaurante La Taberna na calle Lima, que servia menu econômico com comida bem tradicional do Peru: um bistek com quinua e refresco. Mucho bom. Tinha comprado pouco antes 1/2 quilo de morangos (maravilhosos) e aproveitei pra dar uma lavadinha na pia do restaurante. O lugar é bem diferente, as paredes todas escritas, cheias de recados de clientes do mundo todo.

Às 15h fomos nos Aquedutos, uma verdadeira aula de engenharia hidráulica - com mais de 1.600 anos, os aquedutos até hoje são utilizados na agricultura local. As ventanas, que são aberturas em espiral dos canais, são estruturadas em pedra e lá você consegue visualizar e chegar até a água que passa no canal subterrâneo. Aproveitei pra 'testar' a temperatura da água, nem muito quente nem fria demais: agradável, ideal para irrigação.


Ao ladinho dos aquedutos há uma plantação de cactus, na verdade há mais que isso: os pontinhos brancos dos cactus: são as cochonilhas, um pequeno inseto. Na verdade uma praga, já tive isso nas plantas da minha casa e lutei pra acabar com elas antes que elas acabassem com o meu verde. Pois bem, por lá as cochonilhas são usadas como corante pois possuem uma tonalidade vermelho-escuro lindíssima. O guia nos mostrou pegando uma bolinha daquela (o inseto) e esmagando na mão, a tinta que fica impressiona.

O outro ponto de parada foi no alto de uma pequena montanha próxima aos Aquedutos onde pode-se observar as linhas (como as que sobrevoamos), só que aqui em formato agulha. Absolutamente impressionante o quão simples é a formação das linhas: são pedras deslocadas de tal maneira que fique aparente o solo mais claro que estava escondido.


Chegamos de volta à Nazca e ainda fomos visitar uma casa onde produzem réplicas e peças de cerâmica nazca e depois fomos à um quintal onde é feito o processamento do ouro. Ambas visitas são interessantes para conhecer o processo, mas não chegam a ser indispensáveis.

No final da tarde ficamos na Plaza de Armas arquitetando a visita à Machu Picchu e Trilha Inca. A janta foi pizza no La Choza na calle Bolognese. Como os últimos dias foram extremamente corridos e ainda mais cansativos, o sono bateu. Mas pensa num sono incontrolável. Cochilei sentada no restaurante enquanto o Edu foi ao banheiro. Fomos até a agência do Cruz del Sur e sentamos na sala de espera. As cabeças encostadas e apagamos. Não vi nada, poderiam ter levado até a botina que estava no meu pé que eu não ia acordar... rs. O ônibus com destino à Cuzco chegou com 1 hora de atraso e aí fomos como dois zumbis até o bus, nos jogamos nas poltronas e apagamos outra vez.

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