sábado, 18 de fevereiro de 2012

7º Dia (21/12/11) – Vinícolas de Mendoza

Café, almoço no hotel e saída para o passeio às Vinícolas.
A van chegou e pulamos dentro, a surpresa inesperada do passeio é que nosso guia era ruim, mas pensa num cara ruim. Muito ruim mesmo. Diria que pior que mosquito zunindo na orelha. Sou formada em turismo e sei muito bem o quanto pode custar ter um cidadão desse representando sua empresa ou cidade. Em primeiro lugar nós tínhamos companheiros de fala inglesa no grupo, e ele ‘só’ não sabia se comunicar direito em inglês. Aliás, ele não sabia se comunicar em idioma nenhum, nem mesmo em espanhol (idioma local). Uma pena, pois informações, conteúdo e explicações que é o que se espera de um guia, não tivemos. Ele se limitou a perguntar o nome e nacionalidade de cada um de nós durante todo o trajeto – todo o trajeto, afffff. A salvação foram os guias dos atrativos que fizeram o passeio valer a pena, apesar do zunzum que nosso chato-guia insistia em fazer durante os deslocamentos na van.
A primeira parada foi numa vinícola artesanal chamada Viña El Cerno. De cara nossa simpática e atenciosa guia (ufa!) nos abasteceu de ricas informações sobre o processo de produção artesanal. Disse ela que a porta de entrada dava sorte pra quem a tocasse. Na dúvida dei um abraço na porta pra garantir.


Lá a colheita das uvas é manual e o processo de fabricação dos vinhos é mais rústico. As uvas passam 1 ano madurando nas piscinas e então vão para os barris de carvalho para ficar tanto tempo quanto a qualidade do vinho desejado.
Ela nos levou para as galerias de descanso dos vinhos e onde ficam os vinhos especiais.






Depois fomos pra parte divertida: degustação! Oba! À nossa disposição todos os vinhos produzidos lá, era só escolher. Fui de Chardonay e não me arrependi.






Não resistimos e compramos o melhor vinho deles: Filósofos. É uma reserva especial e são produzidas apenas 1.000 garrafas por ano. Garantimos a nossa e já aproveito pra dizer que tomamos essa maravilha com alguns grandes amigos e era realmente maravilhoso!
Aproveitei o tempinho restante pra sacar unas fotos dos vinhedos.



A parada seguinte foi na vinícola industrial Vistantes. Lá os vinhos são armazenados em tonéis gigantes de alumínio, depois vão pros barris de roble (carvalho) e então são exportados (a maior parte).




Lá descobri o ‘segredo’ do vinho rose. Ele é deixado poucos minutos com a casca – que dá a coloração característica do vinho tinto, ou seja: pouco tempo = pouca cor.
Degustaçãooooooooooo... Hummm




Outro aprendizado: na parte da frente da vinícola há várias uvas plantadas - com uma roseira na ponta. As rosas servem para indicar se há alguma praga chegando para atacar os vinhedos, pois são as primeiras a serem atacadas, assim, os responsáveis podem buscar maneiras de resolver o problema já no início e sem comprometer a grande plantação que está na parte de trás.



A parada seguinte foi numa indústria de azeite de oliva. Pela primeira vez na vida vi uma oliveira ao vivo. Não tinha noção de como eram. São, na verdade, árvores podadas para não ficarem muito altas, pois a colheita é manual. Imagine, centenas e centenas de oliveiras produzindo toneladas de azeitonas e a colheita sendo feita manualmente. Uau.


Essas oliveiras têm cerca de 100 anos de vida, porém elas chegam a muitas centenas e até milhares de anos dependendo da espécie. Segundo a guia produzem até os 400 anos, aproximadamente.


Nessa época que visitamos, os frutos (azeitonas) ainda eram pequenininhos.



Ao lado um museu traz parte da história da industria, onde, inicialmente eram utilizadas essas prensas para extrair o óleo, que escorria por esse canal até umas piscinas, onde era misturado com água e por ser mais leve, o óleo então era conduzido à outras piscinas para então ser envasado.



Degustamos algumas pastinhas à base de azeitonas, tomates secos e outros e compramos umas guloseimas.
Por último fomos a uma licoreira com mais degustação.



Retornamos por volta das 20h e fomos passear na Peatonal Sarmiento, um local cheio de lojas, restaurantes, cafés e lanches. Uma delícia. Contratamos o passeio de amanhã: Alta Montanha. Eba, o dia promete.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

8º Dia (22/12/11) – Alta Montanha

Pulamos cedo e café com suco de pomelo (argh! Definitivamente detesto pomelo). Saímos com a van buscar o povo pro passeio. Mais de uma hora depois passamos em frente o nosso hotel de novo. Hã? Isso mesmo, voltas e voltas e basicamente estávamos andando em círculos. Ok, vamos lá, afinal o que é 1h30min a mais de sono pra quem está de férias né?!
No caminho babei: 2 Kg de cerejas fresquíssimas por 15 pesos (+/- R$7,00). Uau, queria levar toneladas delas. Abaixo a foto da bela árvore, enquanto esperávamos na van mais e mais companheiros de viagem.


Saímos de Mendoza e entramos em Las Eras. Paramos no monumento que sinaliza a marcha das tropas de San Martin – Libertador da América - por ali.



Nossa guia era uma atração à parte: inteligente, discreta, um poço de dados e informações históricas e com uma fala calma, clara e objetiva.
Chegamos na Reserva Natural Villavicencio e fomos recebidos pelos pássaros. A paisagem é deslumbrante e por ali ficam os guardaparques da Reserva, que garantem a preservação da região (o que inclui a coibição da caça). Resultado de uma das ações deles pode ser vista nesta parada: um guanaco sobrevivente que agora está sendo preparado para voltar à liberdade.





As belas flores amarelas que enchem de cor o cenário são as retamas.



A aventura que seguiu foi pra lembrar cada dia do ano: 365 super curvas montanha-acima. Isso mesmo, uma curva pra cada dia do ano. Essa é uma estrada antiga que liga a Argentina ao Chile, porém, acredite, há outra estrada – RN7 – muito mais segura e menos emocionante pra ser a rota tradicional (rsrs).


Guanacos pelo caminho e de lá tivemos a visão que rotula a Água Mineral Villavicencio. O hotel está a 1.800m de altitude.




Lá em cima fotos da Cordilheira dos Andes e do Aconcágua, o mais alto das Américas com 6.962m. Interessado no significado de Aconcágua? Sentinela de Pedra.





A parada seguinte foi na Puente Inca. Situada a 2.720m acima do nível do mar, é uma rocha que, em função das águas do rio Mendoza, ficou com uma cratera no meio, formando claramente uma ponte. Essa formação rochosa possui propriedades medicinais e as águas do rio são termais, portanto, o lugar era o paraíso dos turistas. Prova disso são as ruínas de um antigo hotel, situadas logo ao lado da ponte, onde eram feitos banhos medicinais.



Por lá também é possível comprar um pouquinho dessa rocha medicinal moída pra usar em casa. Nós compramos, mas ainda não posso garantir que funcione. Também existem alguns objetos feitos com essa rocha amarelinha e, como eu faço coleção de copinhos, não hesitei: comprei um copinho. Feliz da vida com meu novo copinho veio o rapaz que estava vendendo: “- Moça, você deve molhar o copinho toda semana”. Hein?! Não entendi nada, perguntei e ele explicou: “- Esse material é aquele da rocha da ponte inca. Se você não molhar a cada 5 ou 7 dias ele vai ficar preto”. Falei pra ele que parecia que estava comprando um filho pra ter tantas responsabilidades, não um copinho. Ele deu risada.


Enfim, já com o novo membro da família, circulamos por ali e de repente 3 burros (jegues? Ou mulas?) passaram a toda velocidade. Saí de perto, pois estavam sem rumo, correndo sem ninguém acompanhando, talvez tenham dado um grito de liberdade...


Perto dali está o Cementerio Del Andinista. Sim, exatamente o que você está pensando: Cemitério dos Andinistas. Lá foram enterrados alguns corpos de pessoas que tentaram escalar o Aconcágua, mas morreram pelo caminho.


Pertinho da divisa com o Chile paramos pro rango e fui de cerveja Andes, hummm, nada como apreciar uma cerva Andes olhando... pros Andes. Show. E o amicão lá fora curtinho um friozinho.




Depois de um bom tempo de estrada, uma nova parada em um restaurante (tinha a bandeira do Brasil lá, olha a foto) no povoado aos pés dos Andes, fui ao banheiro e não pude deixar de registrar...




 No caminho encontramos as oferendas para a “Defunta Correa”. Essa é uma história trágica, que transformou a Sra. Maria Antonia Deolinda Correa numa figura religiosa, a qual milhares de pessoas são devotas. A história não é oficial, nem ela é considerada santa pela igreja, mas mesmo assim, muitos argentinos acreditam no poder da fé na Defunta Correa. Aí vai a história: conta a lenda, que a Sra. Correa acompanhava o marido que fora recrutado para combater na guerra civil. Com um bebê recém nascido nos braços acompanhou o exército até chegar a uma zona desértica, onde acabou morrendo de sede e sem mantimentos. Tempo depois o corpo dela foi encontrado, porém o bebê ainda estava vivo, sobrevivera se alimentando do leite que a mãe ainda produzia.
Ali perto de Uspallata foi possível ver alguns pontos de devoção, onde os viajantes, principalmente caminhoneiros, jogam garrafas de água como oferenda à Defunta, pedindo graças e/ou agradecendo pelas bênçãos recebidas. A foto comprova, não são poucos devotos.



A parada final do passeio foi no Embalse de Potrerillos, um importante lago que regula as águas do rio Mendoza para abastecer a grande região da cidade de Mendoza. O espaço é utilizado como área de lazer pela população.


O final do dia foi brindado com uma bela visão da Praça Chile, que ficava ao lado do nosso hotel.


A janta foi ainda melhor: não, não vou falar, vou deixar a foto falar por mim, apenas vou complementar que eram fresquíssimas e saborosíssimas. Desculpa aí...


No dia seguinte o voo de volta à Santiago para retornarmos ao Brasil proporcionou mais uma bela visão da Cordilheira e as cervejinhas (meio fortes) fecharam a viagem! Valeu!