terça-feira, 17 de julho de 2012

17º Dia (05/03/12) – Tóquio – despedida


Último dia de Japão... Já deixa saudades. No café-da-manhã resolvi finalmente experimentar o tal do Natô, uma iguaria de soja fermentada. Argh!!! Pensa num treco horrível. O dia nos abençoou com uma chuva gostosa, daquelas pra ficar numa seção nostalgia mesmo. Fomos de limousine pro aeroporto, rsrs



Lá ainda comprei mais alguns Manekinekos, aquele gatinho que fica com a pata levantada e geralmente é exposto em restaurantes e lojas com o objetivo de atrair clientes e dinheiro! Maravilha, comprei vários!
Bananinha pra matar a saudade das maravilhas tropicais brasileiras, a despedida do rango oriental no avião e um divino Haagen Dazs pra matar a lombriga e lembrar que estávamos voltando ao ocidente.




A cadeia montanhosa nevada e os compridos troncos de Frankfurt foram as últimas fotos dessa inesquecível viagem ao outro lado do mundo! 




Valeu companheiros de viagem, foi show! Espero sinceramente um dia poder voltar e aprender (sempre e mais) o respeito a todos os seres, a cordialidade, o modo de vida saudável e o temperamento oriental que, certamente, faz bem ao espírito. Arigatô Japão.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

16º Dia (04/03/12) – Tóquio – Ginza

Salmão grelhado para o café e lá fomos nós até Ginza: o bairro das compras! Lojas de grife e lojas “normais” fazem a cena das ruas. Apesar de ser domingo, tudo estava aberto e, segundo nossa amiga japonesa, as lojas fecham até mais tarde que nos outros dias, pois domingo é o dia que os japoneses podem ir às compras. Curiosidades japonoras...




E de fato as ruas e lojas estavam cheias. Há uma avenida bem larga e linda chamada Chuo Dori, meio estilo 5ª Avenida de Nova Iorque (apesar de eu nunca ter ido pra lá, rsrs). Essa avenida fica fechada para o trânsito nas tardes de sábados e domingos, portanto você pode passear tranquilo e sem atropelos.
Paramos no Okaiti para tomar um chá e devorar um pedaço de torta. Eis que chega a xícara de chá e uma ampulheta junto. Ampulheta? Hein? Para você saber o tempo exato que o chá deve “descansar” na xícara antes de ser apreciado. Ahhh...





Fomos à uma loja de brinquedos chamada Hakuhinkan Toy Park e realmente tinha umas coisas bem legais pra comprar de lembrança.




As flores decorando lojas e ruas enchem os olhos, uma graça. E pelo caminho os artistas de rua “carregando um vidro enorme” e fazendo uma cena no meio da galera.




Dica para quem quer roupa de qualidade e a bons preços: H&M. A loja fica na Avenida Chuo Dori (é a principal) e possui umas barbadas, vale a pena.


No Le Café Doutor devoramos um sanduíche muito bom, que fez as vezes de almoço.


Ainda aproveitamos o dia para tentar avistar o Monte Fuji, fomos até Yokohama e a intenção era avistá-lo de lá, pois as condições seriam melhores. Mas o tempo nublado e logo a noite nos impediram de ver o grande símbolo do Japão. Mas o passeio foi muito bem aproveitado. Na estação de Yokohama há um mercado subterrâneo simplesmente fantástico. É um paraíso de cores e sabores, vende-se de tudo lá embaixo e é super organizado. Aproveitamos para jantar e babar nos doces minuciosamente decorados. A própria paciência oriental aplicada à confecção dos doces, são verdadeiras obras de arte.






De volta à estação me vi no meio do mundo realmente high-tech... Seis pessoas. Juntas. Conversando. Pelo celular. É... até onde vamos...? rsrs



domingo, 15 de julho de 2012

15º Dia (03/03/12) – Tóquio – Shibuya, Santuário Meiji


Você já assistiu o filme “Sempre ao seu lado” com Richard Gere? Pois então, este filme é uma refilmagem do filme Hashiko Monogatari feito em 1987 e que retrata a história real do cachorro Hashi da raça akita sempre fiel ao seu dono Professor Dr. Eisaburo Ueno, mesmo após sua morte (do professor).
O nome original do cachorro era Hashi mas logo seu dono passou a chamá-lo carinhosamente pelo diminutivo Hashiko. Bom, não vou contar a história toda (assista o filme pra chorar também, rsrs) mas tudo aconteceu em torno da estação de trem de Shibuya, subúrbio de Tóquio. Lá em 21 de abril de 1934 (um ano antes da morte do cachorro) foi colocada uma estátua de bronze em homenagem a esse verdadeiro amigo do homem. E lá também está um vagão do trem que levava e trazia diariamente o professor – para onde Hashiko está olhando. A história é linda e visitar o local é algo emocional.






Shibuya também parecia um ótimo lugar para fazer compras, mas preferimos seguir rodando a cidade. E fomos até um prédio da prefeitura para avistar a cidade lá de cima e o visual é incrível. Uma giga cidade com prédios a perder de vista...






E um cemitério bem no meio de tudo.


Depois fomos até a Estação Harajuku, bairro onde circulam os japas mucho locos, aqueles que se vestem com um estilo, digamos, próprio. A rua é lotada de gente de todos os estilos e um monte de loja faz a festa dos turistas. Entre elas está a Daiso, onde só há produtos baratinhos, tudo custa 105 ienes o que significa aproximadamente R$2,50, ou seja, é tipo uma loja de R$ 1,99 no Brasil, mas é bem bacana pra comprar coisinhas.



Não fotografei os jovens com suas roupas, cabelos e maquiagens super-diferentes, mas as roupas à venda dão uma ideia do que se encontra por lá.


Ali bem próximo fica o Santuário Meiji, um templo xintoísta. O xintoísmo está profundamente enraizado no modo de vida japonês; não há um fundador, não há um livro sagrado e nem o conceito de conversão religiosa. O xintoísmo valoriza, por exemplo, a harmonia com a natureza e virtudes como Magakoro (coração sincero). Os Kamis são os espíritos divinos, e há kamis na natureza, nos seres humanos, na mitologia...
O Santuário Meiji é dedicado às almas divinas do imperador Meiji e sua esposa, a imperatriz Shoken. Após a morte dos dois foram doadas 100.000 árvores de todo o Japão e do exterior e as pessoas trabalharam voluntariamente para criar essa floresta que abriga o Santuário.
Uma grande rua de pedras faz o caminho até o edifício principal do Santuário e logo na entrada um grande torii – aquele portão – dá as boas vindas.


A caminhada é em meio à mata e extremamente relaxante (mas não é tão pertinho). E logo avistamos vários barris de saquê. Hã? Então, durante a Era Meiji, o imperador Meiji viabilizou o crescimento industrial e a modernização do Japão através do incentivo às indústrias e do apoio ao desenvolvimento tecnológico. Esses barris de saquê são oferecidos todos os anos pelos membros da Associação Nacional dos Produtores de Saquê Meiji Jingu ao imperador Meiji e à imperatriz Shoken, como profundo respeito às suas almas.


Então o belo Minami Shinmon abre caminho para o centro do Santuário Meiji.


E de repente eis o que vejo: um casamento xintoísta! Incrível! Fomos testemunhas (rs) da celebração no santuário onde uma procissão solene faz parte do ritual tradicional: dois sacerdotes e duas mulheres solteiras seguidas pelo casal e finalmente a família e amigos. Um guarda-chuva vermelho faz parte da cerimônia e pudemos vê-lo sendo carregado pelo “quinto elemento” que eu não sei o nome. Show...



Lá também se vê a chamada Ema, que é uma pequena tábua de madeira onde você pode escrever seus desejos ou agradecimentos e pode levar a tábua para casa ou deixá-la pendurada em um dos ganchos existentes embaixo de uma grande árvore de cânfora.


Barris de vinho também marcam presença no santuário para serem consagrados são oferecidos pelas vinícolas de Bourgogne na França.


Pra fechar o dia fomos até um outlet chamado VenusFort, mas não deu coragem de comprar nada porque os precinhos não estavam lá o que esperávamos. Valeu a visita pela exposição lá dentro que rendeu umas fotos bem legais e um tipo de crepe doce com sorvete pra matar a lombriga.





Mas a vista no caminho também valeu muito, bela Rainbow Bridge iluminada no porto de Toquio.


A barriga roncou e no jantar um clássico temaki e sushis de salmão. Os. Observe o shoyo, é muito mais transparente que os do Brasil e não é só isso, ele também é muito, mas muito menos salgado. Suave, como tudo no Japão. Humm, delícia.







sábado, 14 de julho de 2012

14º Dia (02/03/12) – Tóquio – Compras...?


Ficamos no Hotel Prince, é um complexo bem grandinho e para o café da manhã quase pedimos um mapa. O local do café é suntuoso, gigante para as centenas de pessoas que circulam por ali. Tinha de tudo, comida oriental e ocidental. Fui de missoshiro (um clássico no café), croissant, salada de frutas enlatadas (?), suco de vegetais e espagueti! Refeição completa.
Como os últimos dias foram intensos resolvemos descansar e só saímos à tarde para o bairro dos eletrônicos: Akihabara. Cheia de certeza de que compraria alguns equipamentos qual foi a minha surpresa quando vi os preços? Não, eles não estavam tão atrativos quanto eu esperava. Resultado? Não comprei nadica de nada. A chuva também atrapalhou um pouco o deslocamento entre lojas, mas o negócio mesmo foi só passear.
O almoço foi num restaurante onde os sushis desfilam na sua cara num carrossel. Você pega o que quiser e quantos quiser, depois eles contam os pratinhos e você paga o que consumiu. Legal né?!
A única foto do dia pra deixar a baba rolar, servido?



sexta-feira, 13 de julho de 2012

13º Dia (01/03/12) – Kyoto – Templos!


De trem até Kyoto, o paraíso dos templos. Não, você não foi ao Japão se não pisar em Kyoto. A antiga capital do Império é um refúgio cercado por montanhas, preserva a Cerimônia do Chá, você encontra mulheres com os trajes típicos andando pra lá e pra cá e em qualquer momento você pode tropeçar em um templo. São vários. E lindos. Imperdível!
Aproveitamos nosso único dia na cidade para percorrer uma parte a pé, nas ruazinhas estreitas e sem calçada, vendo as casas, escolas, comércio, o povo...
Nossa primeira parada foi no Complexo do Templo Myoshinji. E é realmente complexo. São vários quarteirões com templos e uma infinidade de detalhes nos telhados, muros e ruas e é possível visitar alguns desses templos (até com visitas guiadas em inglês).







De ônibus – compramos um ticket válido por 24h pelo valor de 500 ienes – fomos até o Templo Kitano Tenmangu que é um dos mais importantes templos do Japão dedicado a Sugawara Michizane, um estudioso e político que foi exilado por seus adversários políticos. Após sua morte no exílio vários desastres aconteceram e são atribuídos ao seu espírito vingativo. Então esses santuários foram construídos. Sugawara Michizane está associado a Tenjin, o kami (deus xintoísta) da educação. Logo, muitos estudantes visitam o local pedindo o sucesso nos seus estudos. E batem um sino fazendo pedidos ou agradecimentos.








As ameixeiras são uma atração à parte. É de ficar babando horas e horas e olha que sua florada só estava no início.




Próxima parada: Kinkakuji, o Pavilhão Dourado ou Templo Dourado. É um templo zen coberto com folhas de ouro que era a casa de repouso do shogun Yoshimitsu Ashikaga. Conforme seu desejo, após sua morte em 1408 a residência tornou-se um templo zen. A construção já padeceu sob o fogo algumas vezes, duas delas durante uma guerra civil (Guerra Onin) que destruiu grande parte de Kyoto. A última foi em 1950, incendiada por um monge fanático. A estrutura foi reconstruída em 1955. O neto de Yoshimitsu construiu décadas depois o Ginkakuji, o Pavilhão Prateado do outro lado da cidade.
É bem bonito, valeu a visita, uma pena não poder entrar no templo. Aliás nem dar uma espiadinha, estava completamente fechado.




Também vale apreciar a beleza do jardim japonês e jogar umas moedinhas nas estátuas para dar sorte.



O próximo pit stop foi em um mercado. O estômago já estava gritando e fomos atrás do nosso almoço-marmitão. E não foi nada difícil de achar um rango maravilhoso hein. Pegamos um bentô, algo como uma comida pronta para levar (a nossa marmita).  Aproveitei pra registrar a senhora com o traje típico, muito comum por lá, fico imaginando quanto tempo ela leva pra se arrumar com tudo isso... rs



Com a boia na mão caminhamos até o Complexo do Templo Daitokuji. Procuramos um banco pra fazer nossa refeição... nada. Procuramos alguém para dar informação... nada. Aí achamos um espaço com mesas, cadeiras e estátuas que mais parecia um local para chás (e orações?) e montamos acampamento ali mesmo. Se podia ou não, nunca saberemos, mas tentamos perguntar.



E nesse complexo chegamos então ao nosso destino especial Templo Daisen-in, onde nossos amigos celebraram seu noivado. Fundado em 1509 esse templo possui lindíssimos jardins de rocha, considerados um dos melhores exemplos desse tipo. Segundo o folder do templo os jardins foram criados por Kogaku-Zenji e sua intenção era expressar ali o Espírito Zen utilizando como meios apenas rochas e areia.

“Desde a antiguidade os japoneses tem adorado profundamente a Natureza e tem desejado viver de acordo com Ela. Mas em um espaço tão estreito (cerca de 100m2) era impossível perceber a natureza em detalhes. Contudo Kogaku-Zenji estava apto a expressar a abstrata essência da Natureza através de rochas e areia. Se você olhar para este jardim depois de ter visto a paisagem pintada por Soami na porta deslizante, você vai também perceber que esse tipo de jardim é nada mais que uma reprodução tridimensional das pinturas de paisagens monocromáticas. Se você gostaria de ser servido de chá verde enquanto aprecia este jardim, por favor tente dizer “O-chao kudasai” e você terá outra inesquecível memória”.
Os jardins cercam todo o templo e é realmente um espaço incrível para meditação. Cada jardim possui uma simbologia representada pela disposição, e formatos das rochas, um trabalho impecável. Para entender os espaços você recebe um mapa na recepção e pode circular (ou sentar, meditar...) pelo templo o tempo necessário.
Chegamos agitados e falantes, mas após um curto tempo nos concentramos na beleza do local e o silêncio prevaleceu. O espírito pacífico que abraça aqueles jardins é capaz de acalmar a criatura mais agitada, lava a alma. Não raro se vê pessoas sentadinhas no chão concentradas nos jardins e em seus lindos significados. Uma delícia. Eu nunca tinha visto nada parecido e fiquei encantada.
Na saída o monge nos falou algumas palavras (pasmem!!) em português. É claro que ele leu, mas foi simplesmente incrível ouvir aquilo num lugar daquele. A essência da sua leitura foi “não tenha medo de errar”. Ficamos então conversando em inglês com ele mais um bom tempo.
Fico devendo as fotos, pois dentro do templo não era permitido, só a parte externa.


Trem de volta para Osaka e então trem para Tóquio, no caminho a frase que fechou o dia “Appreciate the Joy of Life!” algo como “Aprecie a Alegria da Vida!”. Belo e intenso dia.