domingo, 24 de outubro de 2010

6º Dia (14/08/10) - Copacabana - Ilha do Sol

Copacabana e Ilha do Sol

Às margens do Titicaca Copacabana é uma cidade pequena, sossegada e ponto de partida para a Ilha do Sol. A Ilha é um espetáculo à parte: cercada pelo azul do Titicaca, proporciona uma das paisagens mais bonitas de toda Bolívia. Ao sul fica o povoado de Yumani que é a região com maior infra-estrutura para os visitantes, contando com hostels e restaurantes. Já ao norte está Challapampa onde estão as principais ruínas. Cada comunidade cobra uma taxa de entrada e não há transporte por lá. Pra conhecer os lugares você pode percorrer a ilha à pé (a melhor alternativa, mas leva de 2h30min à 4h pra ir de um lado ao outro), contratando um tour por agência onde faz uma parte de barco e outra a pé com outros turistas ou ainda alugar um barco só pra você e montar seu próprio itinerário. O fato é que a ilha é imperdível e sem dúvida um dos lugares mais fascinantes de toda viagem.

Fizemos o check out do hotel às 7h e o ônibus de turismo que contratamos para ir até Copacabana nos pegou no hotel pontualmente às 7h20min (very chiqui).

Na passagem por El Alto aquela loucura já familiar: buzinas, trânsito, pessoas, vans, comércio informal, cachorros, cholas e o caos inserido. No caminho à Copacabana é necessário atravessar um braço do Titicaca, então você desce do ônibus e vai pro barco.

 
Enquanto esperávamos o ônibus vindo de balsa dei uma corridinha ao banheiro (pago é claro) e não necessariamente um exemplo de higiene... hehe. Aliás não espere muita limpeza nos banheiros pela Bolívia, aliás, não espere água também.


Às 12h30min chegamos em Copacabana e na saída do ônibus mesmo já veio uma moça vendendo passagens de barco até a Ilha do Sol. Compramos. Como tinhamos um tempinho resolvemos almoçar no Restaurante Colonial... devorei um almoço delicioso que lembrou bem nossa comidinha brasileira.


Às 13h30min o barco saiu com destino à ilha e na chegada fomos abordados por umas três mulheres pedindo dinheiro, dizendo que era cobrança obrigatória para entrar na ilha. Como eu não sabia absolutamente nada sobre pagar pra entrar na ilha e em nenhum momento fomos orientados, fui desviando e me desvencilhando delas até chegar à terra firme. No final das contas descobri que o pagamento era devido, realmente existe essa cobrança, mas como estava um tumulto na saída do barco e ninguém havia falado sobre essa cobrança, achei que era sacanagem e não paguei. Meu primo que saiu depois pagou como todos os demais turistas.

Na ilha há uma subida imensa. E íngreme. Uma escadaria interminável. Atenção: Não hesite em pagar um nativo para carregar sua mochila se ela estiver pesada. Como eu não tinha noção do tamanho da subida fui subindo com minhas coisas. Ah, que erro. Na primeira parada após o primeiro lance de escadas - onde eu já estava cansada, havia umas pessoas se oferecendo pra levar a mochila. Ainda pensei: "Agora que eu já subi tudo vem querer levar?". Ahhhh mal sabia eu...


Minha cargueira estava pesando uns 15 quilos, mais a mochila pequena que devia ter uns outros 5kg, junta tudo com subir um morro com escadas sem fim = eu acabada. Perdi completamente as forças várias vezes. Quando pensei que não havia mais o que subir encontramos um brasileiro vindo do sentido contrário e tivemos a péssima ideia de perguntar se estava perto. A resposta? "Que nada, vocês não devem estar nem na metade". Afffff, quase abri meu saco de dormir ali mesmo e desisti de chegar ao hostel. Aí surgiu o pequeno Rodrigo de 8 anos, que nos guiou e distraiu até o Hostel Puerta del Sol.


Chegando lá esqueci de todo o cansaço absurdo da subida, a vista é extraordinária, absurdamente linda! Nosso hostel era muito bom, bem no alto da montanha, com uma janela de vidro enorme bem de frente pro Titicaca. Jogamos as mochilas no quarto, nos jogamos nas cadeiras e colocamos literalmente as pernas pro ar. Férias! Num lugar paradisíaco! O silêncio prevaleceu. Um dos lugares mais lindos que eu conheci na vida!


Avistei um pássaro semelhante a um pardal, mas fiquei pasma: era um beija-flor. Enorme. Como eu nunca tinha visto. Sabia que os habitantes de regiões de altitude têm coração e pulmões maiores que os nossos, e acho que o mesmo princípio se aplica ao tamanho desses beija-flores, haha.
Jantamos no hostel o prato clássico do Titicaca: a Truta. Uma delícia! Fomos dormir às 21h, exaustos. E a noite foi excelente porque aquele colchão macio e umas cobertas era tudo que precisávamos. Dica para os viajantes sem-grana: lá é possível dormir em hostel por 15 ou 20 bolivianos a diária, não chegamos a entrar pra conhecer... não espere exatamente um super lugar, mas é possível.

Um comentário: