quarta-feira, 2 de março de 2011

10º Dia (03/01/11) – Ushuaia – Glaciar Martial

Café e partimos rumo à trapalhada mais cansativa dessa viagem.
A ideia era chegar ao Glaciar Martial. Munidos com um mapa, resolvemos fazer todo o trecho a pé (poderíamos ter pego um taxi para chegar, mas mochileiro que se preze vai caminhando, certo? Primeiro porque economiza uma grana, segundo porque tem muito mais contato com o local: 'pertence ao local'), percorremos boa parte da cidade e chegamos ao que seria o início do trecho de bela subida até a base do Glaciar. Pois bem, dali pra frente não havia mais sinalização nenhuma, entramos numa trilha à esquerda e fomos parar do outro lado do mundo.
Sendero Los Hacheros: esse era o nome da trilha que acabamos fazendo sem querer. Até achamos estranho, pois não estávamos encontrando ninguém por ali. 





O caminho fazia crer que aquilo era uma pista de esqui desativada... O Roni podia jurar que era um lugar onde viviam perigosos aborígenes... Quando encontramos essa placa aí abaixo então, o coração dele quase pulou pela boca: teve certeza de que haviam aborígenes perigosíssimos lá... hahaha.


Tudo bem, quando a gente chegou perto ele viu que se tratava de um ser esquiando... Quase morri rindo porque àquela altura eu ainda tinha fôlego e bom humor. Banhados, mata, cachorro morto e absolutamente nenhuma outra pessoa por ali.


Começamos a nos afastar consideravelmente de qualquer coisa e comecei a ficar preocupada, pois não havia nenhum sinal de glaciar por perto.
Uns pica-paus ajudaram a distrair um pouco...


Umas placas curiosas também... rs


Resumo da ópera: chegamos a lugar nenhum. E lá se foram 2h15min de caminhada. Ninguém. Sem rumo. Só uma cachoeirinha pra refrescar o cansaço de chegar em lugar nenhum.


Olhávamos pra um lado: nada. Pro outro: menos ainda. Avistamos uma estradinha lá embaixo e percebemos que estávamos dentro de uma propriedade privada. Os “cães de guarda” por ali nos fizeram ter certeza. Antes que eles resolvessem nos mastigar ou o dono do local resolvesse nos metralhar, tratamos de “pular a cerca”. Literalmente.



Lá pelas tantas achamos uma viva alma e conseguimos encontrar o caminho. No final das contas, acabamos conhecendo uma parte de Ushuaia que eu duvido que qualquer outro turista (e talvez até mesmo mochileiro) tenha passado... a face mais carente, longe dos belos, caros e xiques restaurantes e hotéis...


Depois de 3h40min caminhando voltamos ao mesmo lugar onde tínhamos nos perdido.



Putz, só valeu pra ter história pra contar mesmo, porque as pernas já estavam querendo pedir socorro. Pausa para a fotinho...


Recomeçamos.
Finalmente chegamos na base do Glaciar e devoramos o almoço: fui de guiso de lentejas e licuado de banana. Ótimo. 


Então começou a chover. Tínhamos a intenção de pegar o teleférico (aerosillas) para economizar os pés, mas ao descobrir que custava 68 pesos, resolvemos economizar a grana mesmo. E outro problema é que as aerosillas só funcionam até as 16h + e já eram 15h30min. Enfim: a pé. Ficou só a placa pra contar a história.


A cara do Roni dá uma ideia da animação que estávamos...


A última parte da subida é bem puxada, subida de 40 graus com pedras soltas. Quando faltava bem pouco um cidadão que descia incentivou: “Sobe que lá em cima tem uma cerveja gelada esperando”. Renovei as energias, rs.



Lá no topo nada surpreendente: neve suja e só. A chuva não deu trégua. Descemos e descemos.




No total foram 9 horas caminhando. Estava bem cansada. Roni idem.
Na mercearia fizemos o rancho: legumes, arroz, frango, tempero e suco. No hostel banho maravilhosamente quentíssimo e roupas secas, ufa! Simbora pra cozinha: saiu um carreteiro.

Um comentário:

  1. Cadê as fotos do carreteiro sua medonha?

    Vídeos do dia
    http://www.youtube.com/watch?v=9AiXdA2JmsM

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