sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

8º Dia (22/12/11) – Alta Montanha

Pulamos cedo e café com suco de pomelo (argh! Definitivamente detesto pomelo). Saímos com a van buscar o povo pro passeio. Mais de uma hora depois passamos em frente o nosso hotel de novo. Hã? Isso mesmo, voltas e voltas e basicamente estávamos andando em círculos. Ok, vamos lá, afinal o que é 1h30min a mais de sono pra quem está de férias né?!
No caminho babei: 2 Kg de cerejas fresquíssimas por 15 pesos (+/- R$7,00). Uau, queria levar toneladas delas. Abaixo a foto da bela árvore, enquanto esperávamos na van mais e mais companheiros de viagem.


Saímos de Mendoza e entramos em Las Eras. Paramos no monumento que sinaliza a marcha das tropas de San Martin – Libertador da América - por ali.



Nossa guia era uma atração à parte: inteligente, discreta, um poço de dados e informações históricas e com uma fala calma, clara e objetiva.
Chegamos na Reserva Natural Villavicencio e fomos recebidos pelos pássaros. A paisagem é deslumbrante e por ali ficam os guardaparques da Reserva, que garantem a preservação da região (o que inclui a coibição da caça). Resultado de uma das ações deles pode ser vista nesta parada: um guanaco sobrevivente que agora está sendo preparado para voltar à liberdade.





As belas flores amarelas que enchem de cor o cenário são as retamas.



A aventura que seguiu foi pra lembrar cada dia do ano: 365 super curvas montanha-acima. Isso mesmo, uma curva pra cada dia do ano. Essa é uma estrada antiga que liga a Argentina ao Chile, porém, acredite, há outra estrada – RN7 – muito mais segura e menos emocionante pra ser a rota tradicional (rsrs).


Guanacos pelo caminho e de lá tivemos a visão que rotula a Água Mineral Villavicencio. O hotel está a 1.800m de altitude.




Lá em cima fotos da Cordilheira dos Andes e do Aconcágua, o mais alto das Américas com 6.962m. Interessado no significado de Aconcágua? Sentinela de Pedra.





A parada seguinte foi na Puente Inca. Situada a 2.720m acima do nível do mar, é uma rocha que, em função das águas do rio Mendoza, ficou com uma cratera no meio, formando claramente uma ponte. Essa formação rochosa possui propriedades medicinais e as águas do rio são termais, portanto, o lugar era o paraíso dos turistas. Prova disso são as ruínas de um antigo hotel, situadas logo ao lado da ponte, onde eram feitos banhos medicinais.



Por lá também é possível comprar um pouquinho dessa rocha medicinal moída pra usar em casa. Nós compramos, mas ainda não posso garantir que funcione. Também existem alguns objetos feitos com essa rocha amarelinha e, como eu faço coleção de copinhos, não hesitei: comprei um copinho. Feliz da vida com meu novo copinho veio o rapaz que estava vendendo: “- Moça, você deve molhar o copinho toda semana”. Hein?! Não entendi nada, perguntei e ele explicou: “- Esse material é aquele da rocha da ponte inca. Se você não molhar a cada 5 ou 7 dias ele vai ficar preto”. Falei pra ele que parecia que estava comprando um filho pra ter tantas responsabilidades, não um copinho. Ele deu risada.


Enfim, já com o novo membro da família, circulamos por ali e de repente 3 burros (jegues? Ou mulas?) passaram a toda velocidade. Saí de perto, pois estavam sem rumo, correndo sem ninguém acompanhando, talvez tenham dado um grito de liberdade...


Perto dali está o Cementerio Del Andinista. Sim, exatamente o que você está pensando: Cemitério dos Andinistas. Lá foram enterrados alguns corpos de pessoas que tentaram escalar o Aconcágua, mas morreram pelo caminho.


Pertinho da divisa com o Chile paramos pro rango e fui de cerveja Andes, hummm, nada como apreciar uma cerva Andes olhando... pros Andes. Show. E o amicão lá fora curtinho um friozinho.




Depois de um bom tempo de estrada, uma nova parada em um restaurante (tinha a bandeira do Brasil lá, olha a foto) no povoado aos pés dos Andes, fui ao banheiro e não pude deixar de registrar...




 No caminho encontramos as oferendas para a “Defunta Correa”. Essa é uma história trágica, que transformou a Sra. Maria Antonia Deolinda Correa numa figura religiosa, a qual milhares de pessoas são devotas. A história não é oficial, nem ela é considerada santa pela igreja, mas mesmo assim, muitos argentinos acreditam no poder da fé na Defunta Correa. Aí vai a história: conta a lenda, que a Sra. Correa acompanhava o marido que fora recrutado para combater na guerra civil. Com um bebê recém nascido nos braços acompanhou o exército até chegar a uma zona desértica, onde acabou morrendo de sede e sem mantimentos. Tempo depois o corpo dela foi encontrado, porém o bebê ainda estava vivo, sobrevivera se alimentando do leite que a mãe ainda produzia.
Ali perto de Uspallata foi possível ver alguns pontos de devoção, onde os viajantes, principalmente caminhoneiros, jogam garrafas de água como oferenda à Defunta, pedindo graças e/ou agradecendo pelas bênçãos recebidas. A foto comprova, não são poucos devotos.



A parada final do passeio foi no Embalse de Potrerillos, um importante lago que regula as águas do rio Mendoza para abastecer a grande região da cidade de Mendoza. O espaço é utilizado como área de lazer pela população.


O final do dia foi brindado com uma bela visão da Praça Chile, que ficava ao lado do nosso hotel.


A janta foi ainda melhor: não, não vou falar, vou deixar a foto falar por mim, apenas vou complementar que eram fresquíssimas e saborosíssimas. Desculpa aí...


No dia seguinte o voo de volta à Santiago para retornarmos ao Brasil proporcionou mais uma bela visão da Cordilheira e as cervejinhas (meio fortes) fecharam a viagem! Valeu!



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