sexta-feira, 13 de julho de 2012

13º Dia (01/03/12) – Kyoto – Templos!


De trem até Kyoto, o paraíso dos templos. Não, você não foi ao Japão se não pisar em Kyoto. A antiga capital do Império é um refúgio cercado por montanhas, preserva a Cerimônia do Chá, você encontra mulheres com os trajes típicos andando pra lá e pra cá e em qualquer momento você pode tropeçar em um templo. São vários. E lindos. Imperdível!
Aproveitamos nosso único dia na cidade para percorrer uma parte a pé, nas ruazinhas estreitas e sem calçada, vendo as casas, escolas, comércio, o povo...
Nossa primeira parada foi no Complexo do Templo Myoshinji. E é realmente complexo. São vários quarteirões com templos e uma infinidade de detalhes nos telhados, muros e ruas e é possível visitar alguns desses templos (até com visitas guiadas em inglês).







De ônibus – compramos um ticket válido por 24h pelo valor de 500 ienes – fomos até o Templo Kitano Tenmangu que é um dos mais importantes templos do Japão dedicado a Sugawara Michizane, um estudioso e político que foi exilado por seus adversários políticos. Após sua morte no exílio vários desastres aconteceram e são atribuídos ao seu espírito vingativo. Então esses santuários foram construídos. Sugawara Michizane está associado a Tenjin, o kami (deus xintoísta) da educação. Logo, muitos estudantes visitam o local pedindo o sucesso nos seus estudos. E batem um sino fazendo pedidos ou agradecimentos.








As ameixeiras são uma atração à parte. É de ficar babando horas e horas e olha que sua florada só estava no início.




Próxima parada: Kinkakuji, o Pavilhão Dourado ou Templo Dourado. É um templo zen coberto com folhas de ouro que era a casa de repouso do shogun Yoshimitsu Ashikaga. Conforme seu desejo, após sua morte em 1408 a residência tornou-se um templo zen. A construção já padeceu sob o fogo algumas vezes, duas delas durante uma guerra civil (Guerra Onin) que destruiu grande parte de Kyoto. A última foi em 1950, incendiada por um monge fanático. A estrutura foi reconstruída em 1955. O neto de Yoshimitsu construiu décadas depois o Ginkakuji, o Pavilhão Prateado do outro lado da cidade.
É bem bonito, valeu a visita, uma pena não poder entrar no templo. Aliás nem dar uma espiadinha, estava completamente fechado.




Também vale apreciar a beleza do jardim japonês e jogar umas moedinhas nas estátuas para dar sorte.



O próximo pit stop foi em um mercado. O estômago já estava gritando e fomos atrás do nosso almoço-marmitão. E não foi nada difícil de achar um rango maravilhoso hein. Pegamos um bentô, algo como uma comida pronta para levar (a nossa marmita).  Aproveitei pra registrar a senhora com o traje típico, muito comum por lá, fico imaginando quanto tempo ela leva pra se arrumar com tudo isso... rs



Com a boia na mão caminhamos até o Complexo do Templo Daitokuji. Procuramos um banco pra fazer nossa refeição... nada. Procuramos alguém para dar informação... nada. Aí achamos um espaço com mesas, cadeiras e estátuas que mais parecia um local para chás (e orações?) e montamos acampamento ali mesmo. Se podia ou não, nunca saberemos, mas tentamos perguntar.



E nesse complexo chegamos então ao nosso destino especial Templo Daisen-in, onde nossos amigos celebraram seu noivado. Fundado em 1509 esse templo possui lindíssimos jardins de rocha, considerados um dos melhores exemplos desse tipo. Segundo o folder do templo os jardins foram criados por Kogaku-Zenji e sua intenção era expressar ali o Espírito Zen utilizando como meios apenas rochas e areia.

“Desde a antiguidade os japoneses tem adorado profundamente a Natureza e tem desejado viver de acordo com Ela. Mas em um espaço tão estreito (cerca de 100m2) era impossível perceber a natureza em detalhes. Contudo Kogaku-Zenji estava apto a expressar a abstrata essência da Natureza através de rochas e areia. Se você olhar para este jardim depois de ter visto a paisagem pintada por Soami na porta deslizante, você vai também perceber que esse tipo de jardim é nada mais que uma reprodução tridimensional das pinturas de paisagens monocromáticas. Se você gostaria de ser servido de chá verde enquanto aprecia este jardim, por favor tente dizer “O-chao kudasai” e você terá outra inesquecível memória”.
Os jardins cercam todo o templo e é realmente um espaço incrível para meditação. Cada jardim possui uma simbologia representada pela disposição, e formatos das rochas, um trabalho impecável. Para entender os espaços você recebe um mapa na recepção e pode circular (ou sentar, meditar...) pelo templo o tempo necessário.
Chegamos agitados e falantes, mas após um curto tempo nos concentramos na beleza do local e o silêncio prevaleceu. O espírito pacífico que abraça aqueles jardins é capaz de acalmar a criatura mais agitada, lava a alma. Não raro se vê pessoas sentadinhas no chão concentradas nos jardins e em seus lindos significados. Uma delícia. Eu nunca tinha visto nada parecido e fiquei encantada.
Na saída o monge nos falou algumas palavras (pasmem!!) em português. É claro que ele leu, mas foi simplesmente incrível ouvir aquilo num lugar daquele. A essência da sua leitura foi “não tenha medo de errar”. Ficamos então conversando em inglês com ele mais um bom tempo.
Fico devendo as fotos, pois dentro do templo não era permitido, só a parte externa.


Trem de volta para Osaka e então trem para Tóquio, no caminho a frase que fechou o dia “Appreciate the Joy of Life!” algo como “Aprecie a Alegria da Vida!”. Belo e intenso dia.




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