quarta-feira, 11 de julho de 2012

11º Dia (28/02/12) – Hiroshima – Ilha de Miyajima


Café da manhã 5 estrelas e com produtos identificáveis: iogurte, cereal, frutas... hehe
Fomos de trem até a ilha de Miyajima. É um refúgio de templos, montanhas, florestas, mar e harmonia! Um santuário religioso, espiritual, ecológico e histórico. Simplesmente imperdível. Antigamente era proibido nascer, residir ou ser enterrado na ilha. Hoje em dia essa tradição já não existe, mas de qualquer forma lá não existem maternidades ou cemitérios.



É um lugar fantástico. Repleta de mata, a ilha acolhe seus visitantes com o Ootorii – o maior portal de madeira do mundo. Um monumento vermelho que data de 1875 e parece flutuar na água e é considerado um dos cenários mais bonitos do país.



Já nos primeiros passos somos acompanhados por dezenas de veados que passeiam tranquilos pelo local, sem se importar muito conosco. Mas o mapa local avisa: “...são animais selvagens. Mantenha-se atento a seus pertences... Não alimente os animais...” – qualquer semelhança com os avisos dos quatis nas Cataratas do Iguaçu não é mera coincidência.


Visitamos o grande tesouro nacional chamado Santuário Itsukushima, um templo que data (a primeira construção) de 593, tendo sido reconstruído em 1168. Paga-se uma pequena taxa e pode-se percorrer esse Patrimônio Cultural Mundial da Unesco onde o azul do mar, o verde da mata e o vermelho do templo formam um contraste de tirar o fôlego.







Aos poucos era possível observar o avanço do mar. Estrategicamente construído nesse ponto em que o mar avança e recua, o espelho d’água vai refletindo o templo. Na água era possível avistar alguns pequenos baiacus, aquele peixe venenoso que, por sinal, é muito apreciado na (excêntrica) culinária japonesa. Tamanho o perigo de comer o peixe preparado de maneira inadequada (paralisia, dificuldade respiratória etc) que só chefs especializados possuem autorização para preparar a iguaria. Ainda assim, outros se arriscam a servi-lo e não raro se ouvem notícias de novas vítimas do intrigante peixe.
Agradecimentos, pedidos e oferendas foram parte constante da visita.



Logo, resolvemos subir o Monte Misen, considerado sagrado e de onde se tem uma vista belíssima da ilha. Até aquele momento nós não sabíamos que exite um teleférico para chegar até lá em cima. Então adivinha? Sim, fomos a pé. Até aí tudo bem não fosse eu estar de bota de couro cano alto e sobretudo. Nada que se assemelhasse a uma vestimenta própria para fazer uma subida de 2,5Km (eu ainda não sabia que seriam 2,5Km). Mas lá fomos nós.



Como toda subida o início é só alegria, fotos, pequenas paradas e muitos risos. Após 30 minutos já cansados, suados, com sede e um início de fome, o silencio foi predominando. Não, nós não estávamos preparados para aquilo. Numa situação normal tranquilamente eu estaria de botina, roupa leve e minha mochila teria água suficiente, um sanduíche, barras de cereal e chocolate pra dar um up na subida. Mas definitivamente nós não tínhamos nada daquilo. A pouca água era compartilhada aos golinhos. Já não tinha mais volta. Virou questão de honra chegar lá.
Soooobe... templos pelo caminho. Soooobe... uma paradinha pra descansar. Soooobe... escadaria sem fim. Soooobe...








Enfim, assim foi até chegarmos (ufa!) ao mirante no topo do Monte Misen – que exigiu mais algum esforço das pernas na sua escada – com uma vista realmente espetacular. Valeu todo empenho.



Também deixei minha oferenda no topo da montanha – uma pedra que trouxe lá de baixo. Vários templos por ali transmitiam sua própria energia. Foi incrível conhecer tudo aquilo. Observando o mapa agora vejo que há três caminhos diferentes para alcançar os pontos altos da ilha, nós fizemos o Daishoin Course. Recomendo, mas vá com uma roupa um pouco mais adequada, ok?!







A descida então foi fácil, claro. Fácil?? Ahãm, vai nessa... como a força recai integralmente sobre os joelhos, pobres deles. A descida – assim como a subida – parecia não ter mais fim, mas foi muito mais rápido chegar lá em baixo do que ascender o monte.
A volta pela rua Taki Alley reservou a paisagem urbana mais antiga de Miyajima, com residências bastante representativas.



Não pode ficar de fora o Pagode de Cinco Andares Goju-no-to (Five-storied Pagoda) que data do ano 1407 e pode ser visto de vários lugares da ilha.


Outro ponto forte da visita foi a culinária. Verde de fome logo tratamos de atacar umas ostras gratinadas com queijo e depois um super prato que eu não lembro o nome, mas tinha repolho, macarrão, ovo, massa, ostras e um molho agridoce (que eu não sou muito fã), mas estava divino. Tudo preparado à vista do cliente numa chapa gigante.



Últimas fotos na ilha e encerramos nossa visita no final do dia com uma visão panorâmica do Monte Misen que subimos e ainda apreciamos a graciosidade dos detalhes nas paredes de um túnel para pedestres sob a rua.




E o dia ainda teve: pegar bagagens no hotel, trem para Osaka e finalmente hotel. Na chegada estava sedenta e corri pro frigobar pegar água. Abri o bendito e quase fui sugada pelo vácuo. Vazio. Caraca. Com um cansaço imenso e sede maior ainda saí no corredor para ir à recepção. Mas ao chegar no elevador o que vejo? Uma linda máquina de bebidas! Uhuu, só coloquei moedinhas e garrafas de água fresquinha rolaram pra minha mão. Japão hi-tech, adoro!



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